Museu de História (Museum für Geschichte)

A Igreja dos Franciscanos Descalços

A ordem dos Franciscanos instalou-se junto as portas da cidade de Basiléia em 1231, apenas cinco anos decorridos após a morte de São Francisco. Em 1250, o Bispo Berthold II de Pfirt cedeu-lhes o terreno atualmente situado entre a Barfüsserplatz (Praça dos Franciscanos Descalços) e Steinenberg, ao que deram, de imediato, início a construção do convento.

A inauguração da primeira igreja foi em 1256. De dimensões inferiores ao edifício que lhe sucedeu, mas já na altura, possuía um longo coro monástico e um púlpito com quatro altares. Esta primeira igreja foi, poucas décadas depois, completamente demolida, dando lugar ao novo edifício. No seu lugar, foram construídos os edifícios que constituem o convento, agrupados ao redor de um claustro de grandes dimensões.

As partes principais da igreja foram construídas no inicio do século XIV, ou seja, antes do terremoto de 1356. É uma igreja admirável, não tanto pelo fato de possuir uma rica ornamentação, mas devido as suas proporções harmoniosas e a sua luminosidade intensa.

Com os seus cerca de 80 metros de comprimento, a igreja dos Franciscanos descalços ultrapassa em quase 20 metros a Catedral de Basiléia e é, de todas as igrejas do Reno, aquela que possui o coro mais alto.

Para os habitantes de Basiléia este era o centro de devoção e caridade, era neste local que na Idade Média se reunia o grande Conselho e neste local que o movimento Reformista de Basiléia encontrou eloquente representante – Konrad Pellikan.

Até o século XVIII, a igreja destinava-se à celebração da eucaristia, tendo sido posteriormente convertida em armazém para todos os tipos de produtos, incluindo sal.

Em 1882, depois de ter escapado por pouco da demolição para dar lugar a um Liceu Femenino, foi transformada em Museu da História e restaurada em 1894 e entre 1975 e 1981.

Aqui pode-se ver 280 imagens de Cristo e Nossa Senhora, 60 diferentes santos. As pinturas e esculturas do século 15 e 16 do tempo da Reforma. Cerca de 70 esculturas em madeira, cerca de 90 diferentes artistas suíços, alemães, boemia, italianos. A Homilia de estilo familiar.

Aqui viveram grandes personagens como:

Friedrich Nietzsche:

Nasceu em Leipzig na Alemanha em 10.1844. Perdeu o pai (pastor luterano) e cresceu junto com a mãe que lhe deu forte educação humanística,  já aos 5 anos de idade. Estudou letras clássicas na Universidade de Leipzig. Seu mestre o apreciava tanto que já com 24 anos recomendou para lecionar Filologia Clássica na Universidade de Basiléia.

Na Basiléia manteve estreita relação com Jacob Burckhardt, o historiador da Renascença e com o teólogo protestante Franz Overbeck que não acreditava mais no Cristianismo. E foi aqui que Nietzsche conheceu e ficou amigo de Wagner que escreveu “ O Nascimento da Tragédia(1872)” e parte de “Humano demasiadamente Humano”. Mais tarde viria separar-se totalmente de Wagner, reprovando-lhe o nacionalismo alemão e o romantismo decadente. Em 1879 recebeu a aposentadoria da UNI devido a saúde frágil. Faleceu em Weimar 25.08.1900. Morou na Basiléia na: Spalentorweg, 2 e 48, Schützengraben, 45, Gellerstrasse, 22 e Bachlettenstrasse, 11

Carl Gustav Jung:

Psiquiatra e o fundador da Psicologia Analítica. Nasceu em 1875 em Kesswil e faleceu em 1961 em Zurique. Ele tinha apenas seis meses de idade quando chegou em Basel. Seu avô já morava aqui desde 1822 e era um professor de Medicina. Primeiramente foi morar em uma casa paroquial em Laufen, já que seu pai era um pastor luterano, e quatro anos mais tarde sua Familia mudou-se para Kleinhüningen em Basel. Depois da morte de seu pai em 1896, êle ainda um estudante na Universidade de Basel, teve que ajudar sua mãe e irmã. Desde muito cedo demonstrou um interesse pela filosofia e questão espirituais e pelo papel da religião no processo da maturação psíquica das pessoas, povos e civilizações. Criança bastante sensível, o futuro colega de Freud demonstrou uma inteligência e sagacidade intelectual notável, o que causou-lhe também alguns dissabores, como um lar um pouco desestruturado e a inveja dos colegas e a solidão.

Christian Friedrich Schönbein:

Químico e Físico nasceu em 1799 em Metzingen- Alemanha e faleceu em 1868 em Baden-Baden, na Alemanha. Em 1822 foi professor na Universidade de Basel e a sua descoberta do ozônio em (1839)

Um pouco mais tarde Schönbein, desenvolvia novas idiéas sobre a causa da corrente electroquímica e a afinidade para a formação de substâncias. A catálise das reações devido ao odor estranho na deposição eletrolítica de oxigênio. Schönbein concluía em 1839 uma nova substância material, a camada de ozônio.  Desenvolveria em um momento posterior, os métodos de detecção para o ozônio (iodeto de potássio).
Em estudos a perguntas sobre o tipo de molécula de ozônio Schönbein acredita em um relacionamento com ácido nítrico (mesmo quando este ácido produz um cheiro peculiar). E então examinadas várias substâncias, estas incluíam enxofre, açúcar, papel e algodão, sob a influência do ácido nítrico. A reação de ácido nítrico com um material interessante algodão, algodão gun (1846) .Este material examinado como explosivo para a substituição da pólvora.
Ele cunhou em 1838 o conceito de Geoquímica, desenvolvido em 1863 a partir de peróxido de hidrogênio no primeiro teste para a detecção de sangue e tratou de questões biológicas, como as células vermelhas do sangue na urina e os cogumelos. Em particular, ele estava interessado na preservação de alimentos (carne, legumes) contra a destruição biológica.
Além do  Ozonio, algodão explosivo, e o Kollodium uma mistura de Nitrocelulose, Álcool e Éter, que também pode ser utilizado em ferimentos. Ele morou na Oberer Rheinweg,  96-Basel.

Erasmo de Roterdã:

Autor de “Elogio a Loucura”. Nasceu em 1466 em Roterdã e faleceu em 1536 na Basiléia. Foi um teólogo e um humanista neerlandês que viajou por toda a Europa (inclusive Portugal). Erasmo cursou o seminário com os monges agostinianos e realizou os votos monásticos aos 25 anos, vivendo como tal, sendo um grande crítico da vida monástica e das características que julgava negativas na Igreja Católica. Continuou seus estudos em Paris, Bolonha e Oxford. Na Inglaterra foi protegido por Thomas More e professor de Grego e Inglês nas Universidades de Oxford e Cambridge Pela sua declarada atividade neutral no conflito luterano viu-se obrigado a abandonar a sua residência em Lovaina

em 1521. Instalou-se em Basiléia onde chegou a ser Reitor da Universidade. Em sua Estadia em Paris, Erasmo iniciou a examinação sistemática dos manuscritos do Novo Testamento, por forma a preparar uma nova edição e uma tradução para o Latim.Esta edição foi publicada por Froben de Basiléia em 1516 e foi a base da maioria dos estudos científicos da Biblía durante o período da Reforma.  Sob o abrigo e a hospitalidade suíça, pôde expressar-se livremente e estava rodeado de amigos. Foi em Basiléia que esteve associado por muitos anos com o grande editor Froben, e onde uma multidão de admiradores de quase todos os cantos da Europa o vieram visitar. Em 1529 teve que abandonar também esta cidade pelos mesmos motivos que o afastaram de Lovaina, fixando-se posteriormente em Friburgo.Os escritos de Erasmo alcançaram uma enorme repercussão durante o século XVI e contribuíram para a consolidação do movimento da Reforma.

Erasmo retorna a Basiléia, a sua casa mais feliz, em 1535, após ausência de 6 anos. Novamente junta-se ao grupo de acadêmicos protestantes que eram seus amigos de longa data e sem ter qualquer contato que seja conhecido com a igreja Católica Romana. Erasmo faleceu em Basiléia e encontra-se sepultado na Catedral de Basiléia. Morou na Totengässlein,3, Nadelberg, 17/19,  Bäunleingasse.